A Doença de Danon é uma patologia rara que afeta os lisossomas. Os lisossomos são compartimentos dentro da célula que usam enzimas para quebrar as moléculas grandes em partes menores para que a célula as possa usar. Nesta patologia existe um defeito na parede (membrana) do lisossoma.
Ela manifesta-se normalmente por uma tríade clínica de cardiomiopatia, miopatia esquelética, e atraso mental. Tem uma hereditariedade ligada ao X dominante, como resultado, os homens tendem a ser mais severamente afetados do que as mulheres. Contudo têm sido documentadas mutações espontâneas. A expressão fenotípica é variável.
Causas
O defeito é causado por mutações no gene LAMP2. Os portadores do género feminino que carregam esta mutação podem ou não desenvolver sinais e sintomas.
Sinais e Sintomas
- Cardiomiopatia
- Palpitações
- Arritmia
- Síncope
- Dor torácica
- Aumento do tempo de preenchimento capilar
- Sopros cardíacos
- Dispneia ao esforço
- Intolerância ao exercício
- Paragem cardíaca.
- Miopatia esquelética
- Perda moderada de acuidade visual central
- Despigmentação da retina periférica
- Acuidade visual diminuída com atrofia difusa
- Retinopatia pigmentar periférica
- Opacidades lamelares na lente
- Alterações inespecíficas em eletrorretinografia
- Fraqueza das extremidades proximais e músculos do pescoço no padrão de uma distrofia muscular de cinturas pélvica e escapular (progressão lenta), mais comuns nos homens.
- Atraso mental
- Distúrbio de aprendizagem
- Hepatomegalia
- Esplenomegalia
- Deformações dos pés.
Normalmente os pacientes do género feminino apresentam mais sintomas de cardiomiopatia dilatada e insuficiência cardíaca congestiva que os do género masculino. Em relação à miopatia esquelética e ao atraso mental verifica-se o contrário, são menos comuns em pacientes do género feminino. Independentemente do sexo, a cardiomiopatia pode apresentar-se como resultado de sintomas ou insuficiência cardíaca congestiva ou evento de arritmia relacionada, como a síncope ou a morte súbita.
Pacientes do género masculino podem apresentar sintomas neurológicos na infância, incluindo dificuldades de locomoção e de atraso em alcançar metas de desenvolvimento. Os pacientes do género feminino normalmente não conseguem ultrapassar a quinta década de vida.
Diagnóstico
Ao exame físico podem ser identificados sopros cardíacos, contudo os achados cardíacos podem ser normais. Com o avançar da doença os sinais de insuficiência cardíaca congestiva, como por exemplo o surgir de dispnéia a esforços e a diminuição da tolerância ao exercício, podem ocorrer.
Tratamento
Os pacientes com esta patologia requerem um acompanhamento frequente, com especial atenção para o potencial de arritmias atriais e ventriculares e insuficiência cardíaca congestiva. Ter cardiomiopatia hipertrófica (espessura do septo ventricular com mais de 30 mm) é considerado um fator de risco para um evento de risco de vida, particularmente neste grupo de pacientes que têm um mau prognóstico para a sobrevivência, não ultrapassando muitas vezes a adolescência.
Medicação
É importante melhorar o enchimento ventricular, ter um maior controlo da frequência cardíaca, a manutenção do ritmo sinusal e um melhoramento do relaxamento diastólico. Considerando que, aqueles com uma forma de cardiomiopatia dilatada tendem a ter uma disfunção sistólica, podem necessitar de um tratamento diferente, que normalmente consiste no melhoramento e aumento da contratilidade e redução da pós-carga.
Fármacos utilizados: Beta-bloqueadores, Redução da pós-carga, Espironolactona e Diuréticos.
Fármacos utilizados: Beta-bloqueadores, Redução da pós-carga, Espironolactona e Diuréticos.
Intervenção Cirúrgica
Podem ser consideradas várias intervenções cirúrgicas. O momento adequado para qualquer síntese de intervenções não se sabe, no entanto, o risco de morte súbita em pacientes adolescentes do sexo masculino é significativo.
Gravador Implantável
Este dispositivo é implantado sob a pele para registrar todas as arritmias que possam acontecer. Normalmente está indicado quando ocorrem sintomas cardiovasculares graves.
Cardioversor-desfibrilhador Implantável
Um cardioversor-desfibrilador implantável deve ser considerado após o diagnosticar da doença com alterações hipertróficas graves do coração. Para os pacientes que têm a forma de cardiomiopatia dilatada, um cardioversor pode também ser indicado, devido ao grau de disfunção cardíaca e história prévia de arritmias.
Transplante Cardíaco
Vários relatos mencionam pacientes com a doença diagnosticada que foram submetidos a transplante cardíaco. O transplante deve ser considerada como um tratamento a longo prazo, porque a expectativa de vida é curto. É muito importante a análise de transplante especialmente em pacientes do sexo masculino adolescentes, devido à alta incidência de morte súbita.
Prognóstico
Baixa expectativa de vida em pacientes do sexo masculino. Importante o aconselhamento e a educação tanto para o paciente como para a sua família. É também aconselhado uma avaliação por neurologia, de forma a avaliar o grau de garantia miopatia esquelética e as deficiências cognitivas. O teste genético molecular e a consulta de aconselhamento genético são igualmente importantes.
Fontes:
Fontes:
- Orphanet
- Rare Diseases - European Commission
- EUCERD (European Union Committee of Experts on Rare Diseases)